sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sobre a Espiritualidade dos Animais



...Naquela época, desfrutávamos da adorável companhia de um cãozinho vira-lata que havíamos adquirido há pouco mais de dois anos. Ele ainda era uma criança, mas possuia atitudes que se pareciam com as emoções humanas. Seu nome era Focinho , apelido que ele adorava. Parecia que nos comunicávamos misticamente, pois às vezes ele parecia adivinhar nossos pensamentos. O mês de junho do ano passado foi significativamente frio e dei de presente a ele um cobertor muito quentinho, o que o deixou feliz. No dia 4 de junho ele me olhava de forma estranha, mas não aparentava nenhuma doença, pois estava devidamente vacinado. Quem estava doente sim, era eu, talvez deprimida, sem energia vital para fazer até pequenos serviços caseiros. Era como se eu fosse morrer a qualquer instante, e creia, eu pensei que morreria brevemente. À noite, como era de praxe, troquei sua água, verifiquei sua casa, abracei-o e dei-lhe um beijo de boa noite. ( Boa noite Filhinho, mamãe vai dormir e quer que você durma bem quentinho ). Focinho olhou-me muito demoradamente, lambeu meu rosto como num beijo de adeus e seu olhar parecia de despedida. Preocupei-me e examinei-o para ver se estava doente, verifiquei seus olhos, sua boca, suas orelhas e nada encontrei de diferente. Então pensei : "O negócio é comigo e Focinho está se despedindo de mim, acho que vou morrer esta noite". Abracei-o fortemente e me despedi pela última vez dizendo: "Até a próxima existência, com certeza nos encontraremos lá". Nesta noite, orei longa e silenciosamente sem nenhum temor. Se era para acontecer comigo, que acontecesse, eu não tentaria mudar o meu destino nem pedir socorro a ninguém. O dia 5 de junho de 1997 amanheceu chuvoso e frio e eu ainda estava viva. Corri para a porta, abri rapidamente e chamei: "Crianças ( tinha mais tres gatos e uma cachorrinha, Bella ), bom dia". Era assim que os chamava todas as manhãs. As gatas e a Bella vieram correndo dar-me bom dia, mas Focinho não apareceu. Chamei-o mais uma vez, pois ele era sempre o primeiro a chegar. Nada. Corri à sua casa e encontrei-o ainda deitado, como se num sono profundo demais para ouvir o meu chamado. Percebi neste momento que ele havia ido embora para sempre. Narrei esta experiência para deixar bem claro que Focinho sabia o que ía acontecer e eu não percebi que ele era bem mais sensível que eu. Jurei naquele momento que em minha próxima reencarnação farei companhia a ele, não como humano, mas como um cachorrinho, para poder compartilhar com ele de sua experiência de vida não-humana. Isto encandalizou muitos, que diziam que ele renasceria em sua próxima existência como humano. Contrariei a todos jurando que a experiência seria ao contrário. Percebi que existe uma sensível ligação telepática entre os humanos e os não-humanos, e que Focinho sabia realmente desta ligação, e entendia todos os meus pensamentos. Morreu com dignidade, dando um exemplo para todos àqueles que relutam diante do inevitável. Aprendi muito com ele. Quero, em meu momento final ter esta dignidade que ele me ensinou. Obrigada pela oportunidade de relatar esta experiência.Lilith.( Experiência vivida e autorizada a publicação por Lilith e enviada pela Internet por Marlí. Fato verídico ocorrido em 04/06/97 )

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